sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Artigo

A morte, mesmo que a vida devore! Uma estrada em silêncios agudos. O norte do corpo sedento. O ódio manchando os lençóis de preto! O tributo tatuado ao Pai. O vento nas ventas. Sou livre tomado de tormentos. O bom que não represento! Uma alegria na reviravolta. A perda que soma à vitória. E a grande homenagem ao nada! É hora de errar o destino. Minha sombra recorta seu rosto. E nenhum segredo. Eu vejo a fome nas quinas! A ira daqueles que pedem calma. O dissabor para quem mente à alma. Há objetos não identificados. E a leitura de tudo que toco: É a constância de uma explicação obvia.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pura

Ilumina a cor da sua pele. Suspiro por cada poro. O conteúdo está expandido. Adiantar o tempo, não posso, não posso! Nas tuas mãos estão meus minutos, minhas horas. E o vento sopra pro leste. Me lanço correndo, o infinito a voar. Te adorar em compreender! Quebrei a fôrma da possessão. Grito; é a febre, e retiro outra lasca. Miro uma estrela incandescente. Um anjo abre as asas do querer. Gostar aprendendo o zelo dos teu olhos! E fulgura a magia do cosmo. Longe, não se pode falar tanto. Atropelo a disciplina feroz! Vale desapegar e coexistir. Beber a água pura do degelo polar. The darkness is gone. Preciso ser só pra ser seu. Preciso ser seu pra ser só. É justo este sentir. Lúcido não entender. Vivo sem o saber. Elegi o mar de petróleo!!! Sorriso dos lábios de vinho. Dona do meu signo. Reflete o cobre solar das manhãs em que sonho! Adormeço em palavras que me beijam. Elegia amante para te descrever.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Rubro

Me peça a mão que lhe dou o tapa. Talvez por ser mais fácil te fazer entender. Pensar que viver é um ato demais honesto para morrer! Tão poderoso o curso intransferível da pena. Pensavas que iria vencer a Deus? Ele escreveu seu Pai no dorso de seu corpo. Ele mais uma vez atravessa fronteira sozinho. As tentativas de te ligar a mim são tão nulas. Nada interessa mais que a visão do outro lado da vida. As palavras que me disseste agora fazem sentindo! Meu filho é minha mais viva perda. O que importa se o amor se perde na lembrança escura, e os seres ainda acreditam que possibilitam suas vidas. Todos nós morremos de modo monótono e sem sentido. É bela a dor da perda, é forte a sombra de um olhar triste. Eu morro cada vez mais e me fortaleço para ti meu Pai. Alvoradas que são como ventos que passam e não vemos nenhuma leitura nelas. Vou me despedindo de ti cada vez mais. Não há fogo que sustente tua busca nesta terra. Agora não me importa mais que todos entendam! A terra é abrigo de impostores e somos cegos. Falha não permitida do: - pois existimos ! A maior lição é morrer no mundo As cordas se arrebentaram meu Pai as livrou! Cortou-se na palma da mão esquerda e o sangue é de mentira. Não sou mais homem nem nada! Só as mensagens lançadas no cosmos valem de fato. O deserto é a casa mais segura para viver meu dia, e as noites nascem para que eu possa olhar o breu, eis aí o verdadeiro encontro, não há histórias sobre o homem pra serem contadas. É tão deficiente sua escolha que corro mais 11 km. O mar , e o vento batem em mim e só isso basta! Em minha face quero que você veja meu desprezo pelo que chama de vida! Mais vale morrer na cadência dos mundos, e vagar por todas as trevas e luz!!! O que chamam de alegria tem a cor da morte. Por isso agora sou rubro. Muitas linhas jamais irão me explicar. Os poetas se tornaram bestas nesta nossa era, que chamam de nova, eu a chamo de peste. Em sonho vivo mais minha alma é livre e visito mortos! Você que beija a flor se tornou cálcio para meus dentes ávidos em dilacerar! Retomo a disciplina selvagem com muito gosto, mundo você perdeu e suas leis me afastaram de ti. Com gosto beberei todas as taças de vinho e sentirei torpores gostos! Tão bom agora saber a verdade da sombra e ela ecoa tão viva iluminando meu cosmos! Decidi não mais falar dos agridoces eles são tomados de ignorância, e seu véu e opaco. Me lanço mais ainda no fosso das contemplações lúcidas. Quisera meu filho entender isso, estaria de novo no brilho do amanhã, amanhã que sinto asco, pois é habitado por homens. O amor que me perdeu era tão pobre que exultei em solidão, e minha cinzas se confundirão com o fim do entardecer. Mais ainda me resta uma coisa a acreditar e isso talvez valha a pena dos vivos! Saber que na morte ecoamos nossos laços em todos labirintos onde se suspendem todas as idéias do existir.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cadáver

Nada a dizer agora. E eu que tinha tudo para falar. Vou admirado ! Em mim nada se perdeu, nenhum erro! Até mesmo tu pintou o meu cadáver. De tudo aquilo que não se tem é preciso passar além. Beijos no seu coração dourado, ou talvez de cobre. Sorrisos vão sorrisos vem. A existência é o nada, o tudo, o enfim. O ideal é lusco-fusco. Só as flores são belas! Nem o nada resiste ao tempo. Não petrificarei seu gozo. O erguerei na sombra da madrugada em um outro corpo latente, silente! A nau dos insensatos, aguarda seu próximo passageiro. Não posso diante da recusa, pois sei, somos repletos do existir. Tomara que o meu avesso, reverbere seu ardor, no seu grande amor! O espelho dos nossos olhos? Mais é o agora que diz muito mais que o "lindo romântico". A culpa é toda do Platão, ele não abarcou o mundo além dele. Não existe amor nas cidades habitadas por gentes indistintas. A sombra trêmula do próximo amante implora por mais um toque! Um palhaço na rua ergue uma falsa flor, e abre uma porta pra lugar nenhum. Mais porque temer? Nunca fomos nada. É melhor rir descompassado como aquele homem, sentado na primeira fila. Ele sabe que a decepção humana é piada para os Deuses no Olimpo. Tudo bem , tudo mal , esta manhã comprei o jornal. Nenhuma notícia só o mundo acabando. Cansei de toda essa sandice. Calçarei minhas botas cansadas e nu vou caminhar até minha amante tão sonhada. A terra a me devorar e os bichos a me cavar. E em outra esfera habitada por seres da mesma natureza que a minha vamos pairar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Rasgue

Ontem caminhei com os pés atrasados pois buscava vida no infinito! Vejo as verdades que sabemos como são... elas não cabem nos olhos que sorriem em anéis. Eu procurei uma estrela única, a vi no turbilhão. É grande minha fúria em voar com ela sob o infinito. Vagávamos juntos.... talvez...será...não posso afirmar. Ela é uma estrela, eu sou apenas um cara. Deixo as considerações para os irmãos do tempo!!! Não sufoco o despertar, deixo-o ecoar pelas horas. E o horror ao atraso dos homens. Sei que no teatro da vida ela é uma bela fera!!! Corações nobres estimam pela paz! E engolimos nossos destinos. Nada de mal só o bem ecoando nas areias do tempo. Um bom selvagem grita em meus ouvidos. - Rogue , ruge , Rasgue ! No mundo não deveria existir a caridade. E lutamos contra a maravilhosa intensidade. Que não seja assim com todas as vidas do planeta. Senão porque deveria Prometeu roubar o fogo dos Deuses ? Humano demasiado humano tu conhece toda a verdade?! Esperarei cada crepúsculo para vê-la brilhar à noite. Quem sabe antes de partir serei cúmplice do teu fulgor. E iluminado pela cadência nua. Vejo planetas no cio. E o tempo, um belo cisne branco no lago. À espera do nosso adeus.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fatal

Pensava em minha familia numa estrada perdida! Queria que fosse simples matar todos os devaneios. Desejei lutar ferozmente contra a providência! Fui atropelado pelos transeuntes coberto de anátemas. Jurei pela tua sorte, à sombra do paraíso! Não basta ter um filho espúrio. Eu, náufrago da minha própria revolta. A rebeldia já foi uma doce ascensão. Sufoco de te ver tão longe! Grosseira tez pálida do desencontro. Eu morro a cada passo neste vão túmido. Não deseja minha tez mais sórdida? Não ofusque a luz insólita! Rasgo meu peito em pedaços latentes. Qual é teu nome , meu amor? Me diga, quero entristecer meus semelhantes, estes cálidos corpos mediunizados pelo hoje! Tú não me pertence, não sou teu igual! Apenas reflete sobre o meu destino fatal.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sem essa

Não estou, assim tão iludido. Quero o gosto batendo rápido. Viver tudo que não é nada disso. Preste atenção, quanto adeus. E, nenhum te demoveu. A alegria do seu temor, doce querer! Contemplando esquizofrenias sem gerar interesse mutuo . O perdão nascido do cansaço de lutar. A moeda paga para se comunicar. Sem essa ainda há muita hipocrisia no olhar!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Atavismo

Amo-te meu pai! Tu me ensinou a andar de bicicleta. Ensinou-me dirigir. Arrebentou meu prepúcio. Viajamos juntos pela madrugada. Atravessei um rio nas tuas costas. Me deu uma surra quando arrebentei seu carro. Comprou sapato pra eu sair aos sábados. Papai me emprestou o carro quando eu tinha apenas 14 anos. Cara, transei no banco traseiro da sua Belina 71. Ele arrancou meu dente, amarrado na porta. Chorou ao meu lado por amor a minha mãe. Ajoelhou e o vi agradecer a Deus, escapei, de um grave acidente. Bebemos pinga com caju a moda dos índios do Paracatu. No terreno selvagem ele disse: "terás um refúgio". Fotografei com sua lente 35 mm. Dizia a seus amigos : "esse é meu filho." Reconheci o homem quando pediu ajuda, estava doente. Me salvou do Umbral dizendo:"filho, carregue sua dor". Porque ele me levou em seus braços quando eu ainda era criança? Ler todos os meus livros e compreender minha real loucura. Lutou putamente nessa porra de país,pra que eu estudasse. Me deixe curar seu porre, isso vai ser divertido. Ele me levou pra caminhar ao pôr do sol quando já havia me cansado da tua luz. Porque ele segurou minha mão quando não havia mais nada por perto? Porque ele me fez rir das idas e vindas da existência? Me contou que a queda te deixa mais livre que a ascenção! Então me disse: - "Não chore, esse não é seu último amor". É, ele me mostrou que um verdadeiro homem sabe viver com muito pouco. Então me disse, que caminhar sem pestanejar, é afogar as decepções. Porque ele deixou que eu o visse fraco e desamparado? Porque ele me emprestou sua melhor camisa? Você mais que tudo, foi tudo aquilo que eu não imaginava que seria! Pai, meu bandido, meu héroi, meu inimigo, sangue coagido! Saiba que da tua coluna eu refarei minhas entranhas, para que renasça meu coração. Nunca, nunca te deixarei, quando eu estiver numa esquina ou numa contra-mão, serás minha direção. Pai, me faz lembrar que aqui neste mundo nada é capaz de superar tua divina luz! Tú, meu Jesus, Buda, Krisna, Jeová, em Minas ou no Cazaquistão, tu me faz brilhar, e me liberta da confusão. E se quilômetros percorri pra nada encontrar, então é porque em sua morada quero estar. E desfrutar da recompensa que é te amar. Que seus braços façam a ponte quando desta vida eu me lançar. Que tudo isso aqui seja apenas uma vaga lembrança de uma tentativa vã do que chamam vida. Pois tú és o pai de todos nós: canalhas , vagabundos, heróis, bandidos, assassinos, padres, médicos, açogueiros, vendedores, e tantos outros, outras... e no fim somos todos filhos teus , filhos de tua verdadeira lida!!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Son

Uma lua cheia de amor transbordou sobre tua vida! Aquele amanhecer acordou para uma existência rica! Quisera que todos os dias se somassem a esta redenção! A prova de que a vida pode superar a morte! Um chocalho, uma pena, seu sorriso, e meu olho nu! Agradeci a providência por ver meu ancestral entre os homens! O Sol foi testemunha de tanta alegria! Zelei por vezes teu sono sobre meu colo! Sob meu cavalo te mostrei as cores do mundo! Tantas vezes pedistes meus braços! Como cresci oferecendo afago! A cidade populosa não foi capaz de suportar tanto amor! Os seres humanos se subtraem na dor! Te dar coragem pra pedalar foi experimentar a liberdade! O lado leste de todas as praças que ocupamos! As receitas não cabiam em nosso apetite! Então criamos nosso cardápio! Os desenhos e a certeza do super-homem! Fique forte, vou te comprar a primeira espada! Vamos sair pra comer? Claro é só atravessar um mapa! Este escrito reza minhas melhores palavras, ouça, são tuas! Lutei por tua alma na minha morada! Não importa, quimeras que hoje estão ultrapassadas! Hoje sabes de toda minha verdade, pois somos homens! Rio-me dos pulos na lataria da Opala! E aquele "mano" zoando na madrugada! Tá tudo rimando será encanto das palavras? É, 15 anos pode ser mágico pra "certos caras"! Aos 15 anos eu usava brincos e calças rasgadas! E meu pai me interpelava: - Filho, nada de ficar na rua até muito tarde! E a correia sibilava! Corretivo enérgico, sempre me faltava! Todos estes "as" finalizando me lembra o nome de um cara!!! Aí, me lembrei que curtíamos ver tv pela madrugada! Exclamo tudo pra que os verdadeiros poetas ouçam essa elegia à sua data! Tanto amor nos levou ao silêncio, mais não importa, para o verdadeiro amor não existe palavras! Sigo torcendo por tua vida , teus sonhos...e teu sucesso com a primeira namorada! Viva a vida da tua jornada! Em algumas civilizações, te tornarias homem nesta hora! Respire fundo pois entras em novo ciclo, honre teu novo olhar! Celebre a certeza de poder ser justo perante tanta impiedade! Estes conselhos são pra te alertar a caminhada! Nem os Beatles expressam a alegria que é teu existir! Só a música divina pode tocar esse sentimento! Ser pai e ter um filho foi tudo que sempre quis!!! Deus foi testemunha de um sonho realizado! Se erramos ou acertamos, é só uma prova para os subjugados! Pois eu acertei em me unir ao amor para te trazer a vida! E respiro fundo para que este eco ressoe na eternidade!!! Meu avatar cumprimenta tua divindade! Meu Rei assopre as velas no alto do teu castelo! O mundo te espera, venha, seus braços estão abertos! Pise firme construa teu destino, seu sangue é forte! Que seu amanhã seja de realização! Hoje estou feliz com você! Parabéns , te amo, ontem, hoje, amanhã e para todo o sempre!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Partir

Me lembro de tentar se feliz em teus braços. Lembro de tentar esbanjar o gosto do teu corpo, queria sublimar todos meus arroubos, apenas violentei minha vontade em te querer. Pudera tudo poder dentro de ti. Quisera inventar uma poção pra amar, desejei viver de puro ardor, mais não cabia nesta humana idade em torpor. Meus amigos cumpriram ideais, felicitei-os diante minha agonia de não poder ser mais. O pão o vinho e o frio na alma. Meu anel agora de aço tocando a lápide e todos psicotrópicos não bastaram pra te esquecer. Caminhando ao lado de inimigos ouço uma musica suave. Até que tudo se acabe tentarei ser de alguém, sim, alguém sem nome nem endereço,alguém que viva numa fazenda distante junto aos cães e muito mato. Vou continuar declamando aquele poeta maldito, cruzando a linha do infinito pra ver este novo cristo. Fuja de mim pois sou louca derrota e não suporto suas perfeições na existência. Aos suicidários do tempo pervertido pela boa nova. Minha idade não cabe neste mundo. Continue rindo das minhas desditas eu piso na elegia criada pelos sábios. Saberá que a embriaguez liberta a alma da fatura terrena. Mesmo que meu filho não seja pródigo, quis a verdade, mesmo que meu fim não seja lógico, vi o mundo sob várias asas! A primeira mulher viu, estava a seus pés e mesmo que minhas palavras não façam sentido, vejo buracos que são preenchidos. Meus vizinhos murmuram em meus ouvidos, ninguém está a salvo da fúria santa. Olhe pela janela e tente escapar do horizonte, embarque nas lições severas pra disfarçar a dor, pode ter uma saída, é fujir para um país inabitado onde os animais te suprirão muito mais despertado da ilusão sonhada, acredite no seu desespero ele te proverá, náufrago de toda as vozes entorpecidas, carrego um destino que já foi nobre. Apenas quero saber se tudo que vive é escolha, pra entender que os humanos apostam no tempo é preciso vociferar contra o vento. Despeço-me da voz da dor pra encarar um louco de amor. Por onde anda minha Diva enluarada, te imagino num cotidiano simples, ontem você foi minha primeira estocada. Não sei rimar esse momento que dizem ser valioso, este presente que tantos adornam. Vejo a certeza na aurora e o suplicio no crepúsculo. Esse vinho barato que emburrece é o amanhã é o dia de enfrentar os deuses, clamar a eles uma existência futura. Tente aquecer seus olhos numa fornalha ou pague para uma puta lambê-los. Você que lê minha ira grite comigo, sua coragem em devorar traz "alegrias brutas". Tão longas são minhas palavras como posso explicar... Tão breve meus sonhos nesta terra como posso exclamar! Beijo meu fim eterno supurando meu próprio credo, corre e chama teu redentor pra me salvar de todo esse temor. Aos que partiram férteis pra jornadas desconhecidas, devoto um sincero aceno de amor, pois o veneno da serpente é licor para um corpo estuporado. Pouco pontuo e nada separo, apenas falo através deste faro, talvez seja meus sentidos se esvaindo e apenas isso me cala.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Não é nada amor...

É verdade tentei no amor diversas maneiras de me sentir inteiro, busquei, nas mais diferentes formas de contato, a tentativa de entoar um canto único com um ser de sensibilidade incomum. Tentei ativar meus mecanismos de resistência ao desespero e ao fracasso, quis me diferenciar do amor assistido e visto nas grandes histórias, desejei não corresponder ao ditado prescrito do romântico. Então vociferei contra o apego absoluto dos corpos necessitados de união, vivi esta fuga, quando me vi a caminho do que chamam "ideal" eu então pude gozar de um corpo desejoso de pecado; incessantemente; nesta tentativa, percebi estar agarrando-me a um nada profundo e vicioso. Já era tempo de desistir de toda essa busca por amor. Eu, não me via reconhecido entre os que me conhecia. Não lancei mão de nenhum fato que explicasse ou dissesse que era diferente, não queria isto, acredito estar inserido no meio dos “que buscam sentimentos de recompensa e paz”. Nada devo aos corações que me dilaceraram ou que eu mesmo dilacerei, e , depois de ter escrito todas as cartas de desculpas “o vazio universal” persiste antes e depois do todo acontecido, dele, do vazio, jamais poderemos nos despedir. Não é que isso nos deixe desalentados, não é isso, desejo dizer que toda essa empreitada amorosa nos guia a um lugar mais excepcional, onde reside um efeito, um efeito que nos empurra pra dentro da verdadeira esfera do tempo perdido e tentamos nos comover. É, pois que seja, talvez o importante seja o contrário, seja fazer um álbum de fotografias para depois queimar , essa é a verdade, é assim que me sinto diante essa procura, alguns mais subversivos podem chamar isso de "liberdade revolucionária" eu chamo de "atividade coronária", acreditem, a que se fortalecer este músculo do peito, pois ele pode enfartar sem o amor necessário, pode sucumbir ao falso amor, ou ao delicado amor mentiroso cheio de ideais recompensadores. Pronto, agora começo a dizer sobre o que realmente penso sobre este amor que reside em muitas casas próprias e Buffet ‘s regados a substâncias alimentícias para gratificação dos sentidos. Penso que ser amado por pederastas, adultera mulher, adolescentes rebeldes, crianças cruéis, loucos debilitados, velhos enfastiados, ex-drogados, viajantes sem rumo, poetas apocalípticos, perdedores assumidos, travestis decaídos, possa ser uma recompensa de amor verdadeiro não projetado. Digo não projetado com todas as letras, pois isto sim é uma sensação absoluta da tua presença viva. Existe o amor além de toda a expectativa humana, e é importante afirmar que o amor está além da expectativa humana, se consegue entender isso consegue entender o amor. O amor cabe no coração humano, cabe nos seres, mais não é humano o amor é divino. Suor das emoções, e emanações do seu espírito cansado de perder. Então neste ser falido se pode engendrar o amor puro e simples, pois este sim já esta preparado pelas intempéries do tempo a trocar o amor verdadeiro livre de qualquer ônus. Se você não acredita, então observe os homens e as mulheres que passaram por holocaustos de dor e sofrimento e só assim puderam amar de verdade e de verdade puderam dar amor sem recompensas a si mesmo, sem expectativas no outro, mesmo que fossem traídos. Não se espante com a traição, pois ela é o “tiro pela culatra” a passagem para o desapego, ela nos obriga a nos desprender das raízes da possessão, é duro que seja assim, mais quem se metamorfoseia com isso é um vencedor do desespero e da ilusão projetada pelos ideais de emancipação pregados aqui na terra.