segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Rubro

Me peça a mão que lhe dou o tapa. Talvez por ser mais fácil te fazer entender. Pensar que viver é um ato demais honesto para morrer! Tão poderoso o curso intransferível da pena. Pensavas que iria vencer a Deus? Ele escreveu seu Pai no dorso de seu corpo. Ele mais uma vez atravessa fronteira sozinho. As tentativas de te ligar a mim são tão nulas. Nada interessa mais que a visão do outro lado da vida. As palavras que me disseste agora fazem sentindo! Meu filho é minha mais viva perda. O que importa se o amor se perde na lembrança escura, e os seres ainda acreditam que possibilitam suas vidas. Todos nós morremos de modo monótono e sem sentido. É bela a dor da perda, é forte a sombra de um olhar triste. Eu morro cada vez mais e me fortaleço para ti meu Pai. Alvoradas que são como ventos que passam e não vemos nenhuma leitura nelas. Vou me despedindo de ti cada vez mais. Não há fogo que sustente tua busca nesta terra. Agora não me importa mais que todos entendam! A terra é abrigo de impostores e somos cegos. Falha não permitida do: - pois existimos ! A maior lição é morrer no mundo As cordas se arrebentaram meu Pai as livrou! Cortou-se na palma da mão esquerda e o sangue é de mentira. Não sou mais homem nem nada! Só as mensagens lançadas no cosmos valem de fato. O deserto é a casa mais segura para viver meu dia, e as noites nascem para que eu possa olhar o breu, eis aí o verdadeiro encontro, não há histórias sobre o homem pra serem contadas. É tão deficiente sua escolha que corro mais 11 km. O mar , e o vento batem em mim e só isso basta! Em minha face quero que você veja meu desprezo pelo que chama de vida! Mais vale morrer na cadência dos mundos, e vagar por todas as trevas e luz!!! O que chamam de alegria tem a cor da morte. Por isso agora sou rubro. Muitas linhas jamais irão me explicar. Os poetas se tornaram bestas nesta nossa era, que chamam de nova, eu a chamo de peste. Em sonho vivo mais minha alma é livre e visito mortos! Você que beija a flor se tornou cálcio para meus dentes ávidos em dilacerar! Retomo a disciplina selvagem com muito gosto, mundo você perdeu e suas leis me afastaram de ti. Com gosto beberei todas as taças de vinho e sentirei torpores gostos! Tão bom agora saber a verdade da sombra e ela ecoa tão viva iluminando meu cosmos! Decidi não mais falar dos agridoces eles são tomados de ignorância, e seu véu e opaco. Me lanço mais ainda no fosso das contemplações lúcidas. Quisera meu filho entender isso, estaria de novo no brilho do amanhã, amanhã que sinto asco, pois é habitado por homens. O amor que me perdeu era tão pobre que exultei em solidão, e minha cinzas se confundirão com o fim do entardecer. Mais ainda me resta uma coisa a acreditar e isso talvez valha a pena dos vivos! Saber que na morte ecoamos nossos laços em todos labirintos onde se suspendem todas as idéias do existir.

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